O Deathrock surge nos Estados Unidos, já nos finais da década de 70, quando os filmes de terror começavam a ter grande influência para alguns membros do movimento punk.
O movimento começa a concentrar-se em várias cidades norte-americanas, especialmente em Los Angeles, com bandas como 45 Grave (1979), Christian Death (1979), Kommunity FK (1981), Gun Club (1981), Voodoo Church(1982) ou Burning Image(1983). Simultaneamente, surgem várias bandas de outras partes da América que só mais tarde são consideradas parte domovimento. A maior parte das bandas de Deathrock foram, pelo menos parcialmente, influenciadas por artistas do Glam Rock, como David Bowie, Alice Cooper, T. Rex, The New York Dolls, assim como por progenitores do Punk, como MC5, the Stooges, Richard Hell & The Voidoids, etc.
Essas primeiras bandas do Deathrock tinham como base o Punk, ocasionalmente o HardCore, mas adoptavam visuais obscuros e temas emprestados da cultura pop. A esse aglomerado de punk e trilhas sonoras de filmes de horror chamou-se deathrock. O novo movimento não foi desde logo identificado como um subgénero do punk, era apenas considerado como um punk ou hardcore mais dark.
Paralelamente, o movimento fazia-se, também, sentir em Londres. “Batcave” era o nome do clube londrino onde se davam os primeiros passos do gótico-rock.
Quando abriu, em 82, Batcave era um clube centrado na new wave e no glam rock. Mais tarde começou a focar-se na nova tendência que emergia: o gótico-rock. O clube funcionava sob a direcção de Ollie Wisdom, o líder dos Specimen, banda da casa.
As bandas que mais lá tocavam (os Alien Sex Fiend e os Sex Gang Children), muito influenciadas pelo Horror existente na cultura pop britânica, começaram a desenvolver um som mais obscuro, separando-as das bandas britânicas de New Wave e Glam...
Se lá estivéssemos estado, ter-nos-íamos com certeza cruzado com Robert Smith, Siouxsie Sioux, Foetus, Marc Almond, Nick Cave e Danielle Dax, alguns dos seus frequentadores assíduos.
O clube foi de tal forma importante para a afirmação do gótico-punk que o seu nome passou a ser usado para descrever o próprio movimento. Batcave é, hoje, o nome dado aos fãs de música gótica com influências post-punk.
Mas continuemos…
No início de 1983, a Cena Batcave, na Inglaterra, adquiriu o rótulo de “Positive Punk”, mas em menos de um ano foi modificado para “Goth” e “Gothic”. No mesmo ano, The Gun Club e Chistian Death começaram um torné pela Europa, o que significou que a Batcave europeia e o DeathRock americano se influenciavam, agora, mutuamente.
Tendo como pano de fundo essa tendência, dois anos depois, em 1985, a banda de deathrock Kommunity FK começou um torné com a banda batcave Alien Sex Fiend. Dessa forma e com o passar do tempo, Death Rock e Batcave começaram a fundir-se, desenvolvendo o Gótico-Rock.
A década de oitenta, repleta de medos e dúvidas, marcou profundamente a segunda geração do Gótico-Rock. As influências pós-punk começaram a diminuir e a serem substituídas por um rock mais sério e orientado. O ritmo do Gótico- Rock abrandava, tornando-se cada vez mais mecânico e com grande disseminação do uso de baterias electrónicas. Também as vozes agressivas do punk e pós-punk começavam a serem substituídas por vozes sombrias e desagregadas.
Durante a terceira geração do Gótico-Rock, em meados da década de 90, a música começou a incorporar vários elementos mais rudes: sons inspirados em fábricas da música Industrial e sons mais electrónicos e repetitivos do EBM e Electro-industrial. Começava-se a perder alguma da introspecção remanescente do romantismo, inerente às primeira e segunda gerações. Alguns clubes góticos alternavam entre o Deathrock e a música electrónica alternativa (EBM, Futurepop, Darkwave, Power noise, etc.) para atrair uma multidão crossover.
Essas mudanças alienaram e desviaram muitos góticos que preferiam os sons energéticos e punkers do Deathrock e do Batcave. O descontentamento crescente com o novo rumo do Gótico-Rock levou muitos góticos a afastarem-se e a regressarem às raízes do Deathrock/Batcave.
Em Portugal sobram muito poucos...
...pois é Fabi...sou alguem que gosta muito de ler o que aqui escreves (!!!), no entanto sem alguma vez me pronunciar...
ResponderEliminarbeijinho
há uma banda nova de deathrock que adoro. os the horrors. vi-os 2 vezes nos EUA. Mt bom mesmo.
ResponderEliminarBjinhos!!
Viste? Como são ao vivo?
ResponderEliminarBom texto. Fez-me recordar algumas bandas que estavam ausentes de escuta. :)
ResponderEliminarJá fui buscar os meus discos dos Christian Death e Gun Club
Lá vamos aprendendo...
ResponderEliminarHá felizmente um pequeno renascimento DeathRock, muito influenciado pelo Drop Dead Festival que foi em Lisboa. Ouvi falar que algo vai surgir em breve no Porto. Gostava de ver o DeathRock com mais fãs...
ResponderEliminaresse adoravel e decadente cancer q me consume! deathrock! aki no brasil existes festivais voltados pras raizes, como o viceras festival, o batcave reunion e outras pragas alastradas pelo pais todo! ^^
ResponderEliminarfico feliz em poder ver esse post esclarecedor sobre o gotico verdadeiro, nessa epoca onde a falsa propagaçao fala sobre marilyn manson e evanescence, pesquisem
Cinema Strange (os pais do revival) Sex gang Children, teatre of ice, deadchovsky , e brazucas como Luiza Fria, igreja do sexo, the madhouse, proeto renfield (gothic rock) escarlatina obsessiva entre outras...oH
Faz 20 anos que me envolvo com o movimento gótico, e desde dos primórdios sempre a mesma comparação errônea de Marilyn Manson, que tem isso com o assunto?
ResponderEliminarA propósito parabéns pelo post!