Relíquias #4 The Fall

Das bandas punk e pós-punk do fim dos anos 70, nenhuma teve uma vida tão longa e se proliferou mais. Apesar de terem sofrido várias mudanças ao longo dos tempos, a figura central dos Fall sempre foi o vocalista Mark E. Smith que, com a sua voz quase incompreensível e com o seu cinismo adstringente, se torna uma lenda do indie e do rock alternativos. A base do som dos Fall sempre foi quase cacofónica, caracterizando-se pela mistura de recortes de som intensos na guitarra, do cantar-falar de Mark Smith e pela presença dos teclados.
Nascidos na época alta de Manchester, os Fall (nome tirado de um livro de Camus), lançam o seu primeiro álbum “Live At The Witch Trials” em 1979, seguem-se “Dragnet”, “Total´s Turns” e “Grotesque”.
Apesar de continuarem a lançar discos, os inícios dos anos 80 foram tempos de uma certa atonia para os Fall, mas, a partir de 84, com a entrada da mulher de Smith (Brix) para a guitarra, a banda tomou um rumo mais pop o que facilitou a comercialização da música. Em 85, sai “This Nation Saving Grace” que leva os Fall até alguns tops ingleses. Mas, apesar das mudanças, a música deles sempre foi demasiado abrasiva e densa para o “mainstream”. Ou, como costuma dizer o Zé-Ninguém, “o gajo não morreu como o Curtis, senão eram uns Joy Division”. Também me parece.
Apesar de tudo, os Fall sempre foram e são uma banda de culto. Continuam a lançar discos, a ter fãs em todo o mundo e a servir de inspiração para as novas gerações de bandas underground.
(baseado no allmusic-biography)

Post dedicado ao caro Lugones

5 comentários:

  1. Cá vou aprendendo.

    Uma nota: gostei particularmente da expressão "cinismo adstringente". Vou passar a aplicá-la.

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  2. Obrigado pela dedicatória e pelo post, cara Fabiana! Os Fall são uma das minhas bandas favoritas e vou vê-los sempre que vêem tocar a Portugal.
    Já agora, aproveito para dizer que vão lançar um novo álbum de originais (chamado Reformation Post TLC), com uma nova formação (para aí a milésima) a acompanhar o nosso amigo Mark E Smith.

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  3. A par dos Sonic Youth, uma das poucas bandas possuídas pelo génio.

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  4. Uma das grandes bandas de sempre. E permite-me discordar, realmente a partir de 84 ficaram mais acessiveis, mas nem por isso perderam a qualidade sonora e a irreverência que os caracteriza, e algumas das melhores letras de MES são do periodo "This Nation's Saving Grace"/"Bend Sinister"/"The Frenz Experiment".
    Penso que o facto de nesse mesmo periodo terem gravado os singles "Victoria" e "There's A Ghost In My House", os tornou mais conhecidos.

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